segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sweetlife Festival

Antes de realmente começar o post, só queria exteriorizar um pensamento que tive ontem a noite. Certo seria classificá-lo na categoria "ISSO ESTÁ MESMO ACONTECENDO?". The Strokes surgiram quando eu assistia muito MTV Brasil, na minha pré-adolescência. O "novo rock" da banda , que na época chamaram de despretencioso, os fez subir em todas as paradas possíveis, inclusive nas brasileiras. Não sei quantas vezes assisti o vídeo de Last Night no falecido Disk MTV. Julian Casablancas jogando o microfone, empurrando os membros da banda tocando ao vivo. Cinco moleques, na época. Nunca imaginaria que dez anos depois, muito tempo passado a minha fase emetevê, eu iria ver um show dos Strokes num festival de música nos EUA, na região de Washington DC.

Pronto. Ontem (01), fui ao Sweetlife Festival, em Columbia (MD), um evento que celebra a vida e a comida saudáveis, com a apresentação de dez bandas/artistas de estilos diferentes no Merriweather Post Pavilion. O lugar tem um espaço grande em volta do gramado, onde foram montadas várias tendas de produtos naturais, todas destribuindo brindes (óculos, bastões de neon, salgadinhos, camisetas, adesivos).

Chegamos logo no comecinho, ao meio dia. Estendemos cobertores no começo do gramado e ali ficamos o dia todo, intercalando com algumas voltas pelo lugar. Assistimos a todas as atrações, mesmo só conhecendo a principal (última a se apresentar no evento, claramente). Três delas (além da dos Strokes) foram muito boas.


A banda Walk The Moon, da cidade Cincinnati, tem um show bem animado. O vocalista começou a apresentação dizendo que nunca tinham tocado tão longe da cidade deles. Pelo jeito, foi o primeiro de muitos, porque a agenda de shows no site oficial deles tem datas em Los Angeles e até em Londres. Gostei do estilo e das músicas da banda.

Lupe Fiasco é um rapper com umas letras meio motivacionais. Gritando (e pedindo pra platéia gritar) "Hip Hop saved my life" durante todo o show, Fiasco diz coisas do tipo "Se você conhece alguém em depressão, ajudem-o a não desistir de lutar". A banda que o acompanha é muito boa, ele consegue segurar a atenção das pessoas o show todo, até mesmo durante um "discurso" de uns cinco minutos sobre o poder da juventude. "Ok, I'll shut up now" e volta ao setlist. Eu não o conhecia, mas várias das músicas tocadas foram acompanhadas com as pessoas cantando junto.

O melhor de todos foi, sem dúvida, o do DJ Gregg Michael Gillis, mais conhecido pelo nome artístico Girl Talk. Foi o show mais animado da minha vida. Ele faz uns mashups incríveis com músicas que NUNCA imaginaria combinar uma com a outra, de estilos completamente diferentes. Miley Cyrus, Black Sabbath, Bon Jovi, Ludacris, 50 Cent, Lady Gaga, Black Eyed Peas, Justin Timberlake... Girl Talk usa música de muita gente e a mistura fica perfeita. Com balões, confetes, e fãs dançando no palco o tempo todo, o show é uma grande festa. Não há palavra melhor para descrever . Não há um indivíduo parado.


E depois de um dia inteiro de shows - todos pontuais, seguindo a risca o lineup -, finalmente, às 20h55, entra a atração principal: The Strokes. Não foi dos melhores, me desculpem a sinceridade. É muito bom, mas curtíssimo, não passou de uma hora. Julian Casablancas estava absolutamente de arrasar: óculos escuros, o cabelo (como sempre) propositalmente sujo e desarrumado, jaqueta de couro. No entanto, o front man não é carismático. Chega até aparentar ser bem tímido. O setlist, com apenas 16 músicas, misturou clássicas com músicas do novo álbum Angles, como deveria ser. Mas eu nunca saí de um show tão triste como o deles. Não tocaram a minha música preferida da banda (uma que entraria fácil num top 10 músicas-da-minha-vida), You Only Live Once. Desacreditei. O show acabou e eu fiquei lá, plantada, olhando desmontarem o palco, esperando por um bis. E nada. NUNCA vi uma banda sair do palco e NÃO voltar para um bis. Não sei se era regra do festival, se estavam sem tempo... Só sei que me decepcionei nesse aspecto. Justiça seja feita, Reptilia é uma música MUITO boa ao vivo. Last Night fechou o show e foi bem emocionante. As novas Taken For a Fool (Casablancas errou um pedaço da letra) e Gratisfaction são duas das minhas preferidas do Angles e arrasaram no show. Com certeza, entretanto, não foi dos melhores shows da minha vida.

Mas o domingo foi maravilhoso. Um desses por mês e eu seria feliz para sempre. Nem a garoa constante e o friozinho chegaram perto de estragar o festival.

Um comentário:

Kevin disse...

Disk MTV não faleceu, continua "vivo" com apresentação da Ellen Jabour. ;D

Pois é, todos que eu conheço que já foram no show do strokes dizem que ir em um show dos caras, tocar um cd em casa e/ou ouvir uma banda cover, dá a mesma sensação... tipo, "é bom, mas esperava mais da banda..."

Já saí assim de shows várias vezes, no caso foram as bandas Arctic Monkeys, Kings of Leon e Smashing Pumpkins. Aliás, o show do Smashing foi no Planeta Terra do ano passado e depois deles tocou Girl Talk. Nem curti ou me empolguei, talvez pela decepção com o Smashing ou até mesmo o cansaço. Acabei indo embora...

PS: "na minha pré-adolescência", me sinto velho rs