quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cinco meses


O celular desperta às 8 am. 8:30 am (porque é assim que os americanos escrevem as horas) não é um horário ruim para se começar a trabalhar. Até porque tem sido difícil deitar antes da meia noite. Arrumar-me, dar uma olhadinha rápida na internet para não perder o costume. Mandar e-mail diário para a mãe. Subir para o andar de cima.

Preparar café da manhã. Meu e deles. As crianças. Passar o dia com duas criaturinhas que mal batem na cintura. Tem horas tão gratificantes, que a vontade é apertá-los até a bochecha cair da cara.

- Eu quero doce!!! (Em inglês)
- Como se diz??? (Em inglês)
- POR FAVOR! (Em um português de "R" puxado)

E tem hora que a vontade é descabelar-me. Exige muita paciência, não nego. Acreditarei até o fim que esse é meu maior aprendizado dessa experiência toda. Deixar de ser uma pessoa impaciente.

Quebrar as unhas brincando de Lego. Tomar um solzinho na piscina. Dirigir mais de meia hora para nos juntarmos às crianças de outras amigas au pairs.

Dirigir. São nas horas que estou dentro do carro, de janelas fechadas, ar condicionado ligado, minha playlist tocando, cantando, vendo aquele monte de árvores, áreas verdes, casas... que eu mais agradeço por estar aqui.

Gastar meus fins de tarde e as noites da semana com diversos passatempos: correr, fazer as unhas, Wal Mart, Hallmark, Target, junk food, cozinhar, shopping, TV, So You Think You Can Dance, e, é claro, minha fiel companheira internet. Reservo esse período do dia para matar quem me mata. A saudade. Msn, redes sociais e o salva-vidas Skype.

E então, chegam eles. Os finais de semana. Eu adoro minhas semanas, mas são os findes que fazem tudo valer a pena. Ter um estado (e por que não um país?) inteirinho pra conhecer. Qualquer lugar que vá é novidade. E mesmo que visite pela segunda (terceira, quarta...) vez, a sensação de viagem, de turista realizado, vai estar sempre presente. É surreal estar na capital da maior potência mundial. Ver de perto o que só conhecia por TV, foto, imaginação. Ouvir o DJ na balada dizer: "We are in the most powerful city in the world"! Balada. Nunca fui muito de ir em clubs, mas aqui parece ser exigência. Fim de semana e balada são quase sinônimos. E isso me diverte. São nesses ambientes que é possível reparar na cultura e comportamento americanos na melhor de suas formas. São delas que saem as melhores histórias.

E o domingo será sempre o mesmo em qualquer parte do país: melancólico, nostálgico, com cara de fim de festa.

E começa tudo de novo...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Where dreams come true


Nunca achei que teria problemas em escrever sobre uma das únicas certezas na minha vida: de que um dia eu iria para a Disney. Quando se sonha com algo desde criança, a consequência natural é uma hora - seja lá quando - concretizá-lo. Mas tudo que rascunhava aqui me parecia clichê demais. Dizer que é preciso acreditar nos sonhos, que eles não envelhecem, ou tentar explicar o quão mágico é aquele império de Walt Disney - e que também não há idade para viajar pra lá - seria repetir o já falado.

Portanto, direi apenas - um dos clichês - que a Disney é, literalmente, um lugar onde os sonhos se tornam realidade.

Essa viagem me ensinou muito sobre realizações de sonhos. Não me preocupo mais em quando se concretizarão, mas sim em continuar a acreditar neles. Eles virão na hora ideial e de forma natural. E assim que tem de ser.

Brenda