terça-feira, 31 de maio de 2011

Um ano e três meses: I'M IN MIAMI BITCH!

Permitam-me escrever sobre meu décimo quinto mês na terra do tio Sam com alguns dias de atraso: comemorei-o durante minha semana de férias (as últimas como au pair) em Miami. Oito dias no sol escaldante da Flórida.

Ficamos num hotel bem simples e barato em Miami Beach (ou North Beach), de cara com a praia. Único detalhe é que a parte realmente divertida da cidade, onde encontra-se toda a muvuca (lojas, restaurantes, bares, clubs), é em South Beach, pouco mais de 70 blocos de onde estávamos hospedadas. Resultado: ônibus pra ir e voltar de praia e balada todos os dias. Digo só que até o último dia já éramos experts no transporte público de Miami.


A cidade é conhecida pelos shoppings baratos, destino de muitos comerciantes brasileiros (aliás, tem mais brasileiro em Miami que no Brasil). Decidimos não desperdiçar nosso tempo com compras, portanto fomos em apenas um dos shoppings, o Dolphin Mall (o mais conhecido deles, o Sawgrass, era muito longe de onde estávamos e precisariamos alugar um carro). No entanto, para chegar no shopping, que supostamente (como nos explicou a mulher da recepção) era o mais próximo do hotel, nos levou duas horas dentro do ônibus para ir e mais duas para voltar. Além disso, os preços milagrosos que são prometidos não diferenciavam em nada em relação aos outlets que frequentamos na Virginia. Decepcionante... Pelo menos, demos uma voltinha básica na Downtown.


Com exceção desse episódio, Miami foi uma ótima experiência. Aproveitamos muito a praia, passeamos pela Lincoln Rd e Ocean Drive, duas ruas principais de South Beach com muitos restaurantes e lojas. Conhecemos o estúdio de tatuagem do Miami Ink (Infelizmente, não me tatuei. Uma estrela simples, vazada e preta, no pé iria sair por $350. Doeu a alma). Compramos lembrancinhas diversas. Eu e uma amiga, a Michelle, fizemos parasail (DEMAIS!). Saímos a noite, inclusive no Nikki Beach, o club mais conhecido de Miami. Alugamos bicicletas e fizemos toda a South Beach. Bebemos os drinks enormes dos restaurantes da Ocean Drive. Fomos pra Key West (tema para um próximo post). No fim dos oito dias, não dormiamos direito por uma semana, mas o corpo bronzeado e o bolso vazio indicavam uma viagem bem aproveitada.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

31 de agosto de 2011

Família e amigos, a data é essa. Recebi agorinha a carta de confirmação da Au Pair In America; dia 31 de agosto eu estou de volta! Fim da vida de au pair na terra do tio Sam.

Deu de chegar hoje, véspera da minha última semana de férias nos EUA. Destino: Miami (FL). Oito dias debaixo do sol escaldante, passando o tempo em Miami Beach. E eu só tenho a dizer que eu estava precisando muito dessa folga. E do calor.

Só torcer para o mundo não acabar amanhã e arruinar a vacation.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Killjoys, make some noise [2]

Na tão esperada terça-feira, só consegui sair de casa às 17h30 para pegar o metrô para Washington DC. Quase duas horas depois e duas trocas de linha, cheguei na estação para o 9:30 Club. A fila já virava duas esquinas do quarteirão do bar, que é bem pequeno. Entrei na fila exatamente na hora em que abriram as portas e em pouco tempo já estava lá dentro, tentando decidir de que lado tinha mais chances de me aproximar da grade. Até o fim dos shows das duas bandas de abertura, The Architects e Thursday, já tinha me posicionado há seis cabeças do palco e ali fiquei quase todo o show. Sendo empurrada para os lados.

Foi a primeira vez que assisti a um show nos EUA no povo, no meio da bagunça, portanto retiro as reclamções de que americanos não sabem curtir um show. Ou talvez é preciso estar no lugar certo com a banda certa. Outra coisa indiferente entre os países são os fãs da banda: um bando de meninas adolescentes. Só sei que nunca cantei "I'm not okay" com tanta sinceridade. Sem jantar, em pé por horas, um aperto descomunal, suada da cabeça aos pés... Estava tão fraca que nas primeiras músicas lutava para me manter em pé no empurra-empurra. Mal conseguia acompanhar as músicas cantando. E eu sabia to-das.


Da metade do show para o final, me encaixei num lugarzinho pouco mais sossegado quase na berada da multidão, e ali consegui aproveitar o resto decentemente.


O show


E depois da confusão com ingressos, de ir sozinha pela primeira vez a um show, e a espera de anos, My Chemical Romance ao vivo é a recompensa perfeita. Eles são fantásticos. Gerard Way é um frontman único. E como mudam o setlist a cada show, tive a sorte de ouvir um perfeito, com músicas dos quatro álbuns (as minhas duas preferidas do Black Parade e as duas do novo CD) . Poderia citar pelo menos umas 10 músicas deles que gostaria de ter visto ao vivo, mas sei que seria impossível. Dos singles que realmente foram deixados de fora (que inclusive estavam no setlist do show de lançamento do Danger Days), eu senti falta de "Famous Last Words" e "The Ghost of You" (uma das minhas preferidas da banda).


Setlist do show em Washington DC


1. Look Alive, Sunshine

2. Na Na Na (Na Na Na Na Na Na Na Na Na Na)

3. Thank You For The Venom

4. Planetary (GO!) [Preferida do Danger Days]

5. Hang 'Em High

6. Mama [Preferida da Black Parade]

7. The Only Hope For Me Is You

8. House of Wolves

9. Summertime

10. I'm Not Okay (I Promise)

11. Vampira Money [Com introdução igualzinha ao CD]

12. DESTROYA [Preferida do Danger Days]

13. Welcome To The Black Parade

14. Teenagers

15. SING

16. Vampires Will Never Hurt You [Pirei nessa!]

17. Helena [Emocionante!]

18. Cancer [Preferida do Black Parade]



Encore


19. Our Lady of Sorrows

20. Bulletproof Heart


E para finalizar a noite, me encostei na grade, logo depois da banda deixar o palco, e insisti até o segurança achar uma palheta do Ray Toro no palco e me dar. Final perfeito para o show perfeito.


PS: Fotos e vídeos para um próximo post.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Killjoys, make some noise [1]

Pra falar sobre a odisséia até o show do My Chemical Romance, eu preciso começar pelo começo, em 2008. Show deles em São Paulo e eu - esgotada de dinheiro após o do The Used (dezembro de 2007) e Iron Maiden (janeiro de 2008), e sem companhia - não consegui ir. Via entrevistas e pedaços do show na TV e chorava. Meus amigos e família, é claro, diziam ser digno de emo - apelido que me atormentou por muitos anos por curtir a banda. Foi, na verdade, dor de fã desiludida.

Quando assisti ao show online deles em Los Angeles de lançamento do novo álbum Danger Days, era novembro de 2010, e só então me caiu a ficha que eles deveriam estar em turnê pelos EUA. Chequei o site oficial, e não deu outra. Ingressos pro show em Washington numa terça a noite esgotados. Apelei pra New York, num sábado, em abril de 2011. Companhia eu sabia desde então que não conseguiria. Aqui, sem diferença nenhuma do Brasil em 2008, não conhecia ninguém que gostasse da banda.

Tive quatro meses de espera. Deixei pra acertar albergue em cima da hora. Dois dias depois, o hostel me mandou um e-mail cancelando a reserva sem uma explicação sensata. Foi então que a mãe americana sugeriu uma mudança de planos: vender o ingresso de NY no eBay e comprar um para o show esgotado em DC, em maio. Paguei quase o dobro no novo ingresso, e acabei nem conseguindo vender o que já tinha. Não ficaria mais revoltada se não fosse pelo dinheiro que gastaria com a viagem de final de semana pra NY. Ônibus, hotel, comida. Saiu na mesma.

Mais duas semanas de espera.

Virei fã de My Chemical Romance, no finalzinho de 2005, quando eles apareceram com Helena. Quando já estavam estourando no mundo todo com o visual preto e vermelho, de cara pálida e ollheiras, do Three Cheers For Sweet Revenge, o segundo - e ainda meu preferido - álbum da banda. Foi amor a partir daí. Ia pra faculdade com a minha camiseta do desenho do casal ensanguentado da capa do CD, e sempre recebia olhares de desconfiança. O visual, no entanto, mesmo um tanto mórbido e dark, sempre foi algo que me atraiu na banda: inventam uma história completa a cada trabalho, nas letras, na divulgação, nos vídeos, no "uniforme" para os shows. Criam verdadeiros personagens a cada álbum. MCR é daquele tipo de artista que de genial para piada é um pulo. Daquelas bandas que você curte tanto (claramente, os acha geniais e não uma piada) que gostaria poder fazer com que as pessoas as enchergassem da mesma forma.

Gosto das músicas do Black Parade (2006) - não tanto quanto os outros dois primeiros álbuns - mas não gosto do visual. E depois de quatro anos sem lançar nada novo, o Danger Days: The True Lives of the Fabulous Killjoys não poderia ser resultado melhor pela espera toda. A banda inteira com o look reformulado, novos (e fantásticos) "uniformes" (as jaquetas criadas por Colleen Atwood - que SÓ ganhou o Oscar de Costume Design este ano por "Alice no País das Maravilhas"), Gerard de cabelo vermelho. E as músicas, é claro, muito boas.

Gerard Way, vocal, é uma história a parte. Desses casos de artistas tão talentosos que chegam a ser totalmente excêntricos. Ele é o responsável pela criação de todo o visual da banda. Formado pela Universidade de Artes Visuais de Nova York, também é quadrinista (autor de The Umbrella Academy, com arte do brasileiro Gabriel Bá). Desenhou a capa do álbum Three Cheers, as jaquetas e os personagens do vídeo "Na Na Na". Pacote completo no quesito talento. Além disso, Gerard tem propósito desde a criação da banda em ajudar com a música jovens "desperançosos", da mesma forma com que o MCR já o salvou duas vezes (quando era depressivo e alcoólatra).

E foi ontem, dia 10 de maio de 2011, que eu finalmente vi um show do My Chemical Romance, em Washington DC.

(continua no próximo post)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sweetlife Festival

Antes de realmente começar o post, só queria exteriorizar um pensamento que tive ontem a noite. Certo seria classificá-lo na categoria "ISSO ESTÁ MESMO ACONTECENDO?". The Strokes surgiram quando eu assistia muito MTV Brasil, na minha pré-adolescência. O "novo rock" da banda , que na época chamaram de despretencioso, os fez subir em todas as paradas possíveis, inclusive nas brasileiras. Não sei quantas vezes assisti o vídeo de Last Night no falecido Disk MTV. Julian Casablancas jogando o microfone, empurrando os membros da banda tocando ao vivo. Cinco moleques, na época. Nunca imaginaria que dez anos depois, muito tempo passado a minha fase emetevê, eu iria ver um show dos Strokes num festival de música nos EUA, na região de Washington DC.

Pronto. Ontem (01), fui ao Sweetlife Festival, em Columbia (MD), um evento que celebra a vida e a comida saudáveis, com a apresentação de dez bandas/artistas de estilos diferentes no Merriweather Post Pavilion. O lugar tem um espaço grande em volta do gramado, onde foram montadas várias tendas de produtos naturais, todas destribuindo brindes (óculos, bastões de neon, salgadinhos, camisetas, adesivos).

Chegamos logo no comecinho, ao meio dia. Estendemos cobertores no começo do gramado e ali ficamos o dia todo, intercalando com algumas voltas pelo lugar. Assistimos a todas as atrações, mesmo só conhecendo a principal (última a se apresentar no evento, claramente). Três delas (além da dos Strokes) foram muito boas.


A banda Walk The Moon, da cidade Cincinnati, tem um show bem animado. O vocalista começou a apresentação dizendo que nunca tinham tocado tão longe da cidade deles. Pelo jeito, foi o primeiro de muitos, porque a agenda de shows no site oficial deles tem datas em Los Angeles e até em Londres. Gostei do estilo e das músicas da banda.

Lupe Fiasco é um rapper com umas letras meio motivacionais. Gritando (e pedindo pra platéia gritar) "Hip Hop saved my life" durante todo o show, Fiasco diz coisas do tipo "Se você conhece alguém em depressão, ajudem-o a não desistir de lutar". A banda que o acompanha é muito boa, ele consegue segurar a atenção das pessoas o show todo, até mesmo durante um "discurso" de uns cinco minutos sobre o poder da juventude. "Ok, I'll shut up now" e volta ao setlist. Eu não o conhecia, mas várias das músicas tocadas foram acompanhadas com as pessoas cantando junto.

O melhor de todos foi, sem dúvida, o do DJ Gregg Michael Gillis, mais conhecido pelo nome artístico Girl Talk. Foi o show mais animado da minha vida. Ele faz uns mashups incríveis com músicas que NUNCA imaginaria combinar uma com a outra, de estilos completamente diferentes. Miley Cyrus, Black Sabbath, Bon Jovi, Ludacris, 50 Cent, Lady Gaga, Black Eyed Peas, Justin Timberlake... Girl Talk usa música de muita gente e a mistura fica perfeita. Com balões, confetes, e fãs dançando no palco o tempo todo, o show é uma grande festa. Não há palavra melhor para descrever . Não há um indivíduo parado.


E depois de um dia inteiro de shows - todos pontuais, seguindo a risca o lineup -, finalmente, às 20h55, entra a atração principal: The Strokes. Não foi dos melhores, me desculpem a sinceridade. É muito bom, mas curtíssimo, não passou de uma hora. Julian Casablancas estava absolutamente de arrasar: óculos escuros, o cabelo (como sempre) propositalmente sujo e desarrumado, jaqueta de couro. No entanto, o front man não é carismático. Chega até aparentar ser bem tímido. O setlist, com apenas 16 músicas, misturou clássicas com músicas do novo álbum Angles, como deveria ser. Mas eu nunca saí de um show tão triste como o deles. Não tocaram a minha música preferida da banda (uma que entraria fácil num top 10 músicas-da-minha-vida), You Only Live Once. Desacreditei. O show acabou e eu fiquei lá, plantada, olhando desmontarem o palco, esperando por um bis. E nada. NUNCA vi uma banda sair do palco e NÃO voltar para um bis. Não sei se era regra do festival, se estavam sem tempo... Só sei que me decepcionei nesse aspecto. Justiça seja feita, Reptilia é uma música MUITO boa ao vivo. Last Night fechou o show e foi bem emocionante. As novas Taken For a Fool (Casablancas errou um pedaço da letra) e Gratisfaction são duas das minhas preferidas do Angles e arrasaram no show. Com certeza, entretanto, não foi dos melhores shows da minha vida.

Mas o domingo foi maravilhoso. Um desses por mês e eu seria feliz para sempre. Nem a garoa constante e o friozinho chegaram perto de estragar o festival.