domingo, 31 de julho de 2011

Black Eyed Peas

Ontem (30), retornei ao mesmo local em que vi Strokes e Mumford & Sons, mas dessa vez para a grande festa que é o show do Black Eyed Peas. Duas horas de fila, mais duas no gramado esperando debaixo de sol, até o DJ Poet, que fez abertura, começar a tocar. E então, os quatro integrantes do Black Eyed Peas tomaram o palco e daí foi dançar sem descanso. Não há banda que faça músicas pra dançar como eles. Músicas daquelas que quando começa a tocar em club ou em qualquer festa todo mundo grita, acompanha, sabe de cor. E não há um single deles que não pega e vira hit. Portanto, o show é repleto de músicas conhecidas.



Estávamos em quatro brasileiros, e acabamos trombando com mais uma, múnida da bandeira do Brasil. Quando Will.i.am começou a falar sobre o novo vídeo da banda, gravado em nosso país, gritamos o mais alto possível enquanto o resto do povo estava quieto prestando atenção no que ele dizia. Quase no final do show, antes de começar a tocar "Where is the love", Will.i.am comentou sobre diferentes nacionalidades e culturas, conversou com um chileno que estava na grade, e em seguida disse "Vi que tem um grupo de brasileiros ali no fundo. Todo lugar que vamos, tem sempre alguém levantando uma bandeira brasileira. Quem é do Brasil, grita! Se vocês nunca foram para o Brasil, vocês PRECISAM ir. É lindo... Lindas mulheres e música". E nós, lá no fundão, gritando até perder a voz.


Na parte solo do Will.i.am, ele ataca de DJ. No entanto, quando sobe a mesa de som, onde está o computador? Não estava no lugar que deveria estar. O cantor/produtor/ator pede para diminuirem o som e começa a cantar "Where's my computer?" repetidamente, até que alguém da produção sobe ao palco e instala o bendito. Will.i.am então, na arte do improviso, canta um rap sobre a situação que faz tudo parecer proposital, parte do show. Quando o set termina, ele diz: "Quando vi que meu computador não estava na mesa, eu surtei. Mas foi bom porque pude usar meu free style. Obrigado por me acompanharem". Depois desse incidente, virei super fã de Will.i.am.

Fergie tem também seu momento solo no palco: cantou "Big girls don't cry". A mulher é linda e teatral, cheia de caras e bocas. Os quatro integrantes se provocam durante o show, dançam juntos, fazem graça, dão o microfone para fãs cantarem pedaços da música. É um show bem divertido.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

De au pair para au pair

No final da minha estadia de 18 meses, acredito ter alguns palpites e dicas para quem planeja ser au pair ou já está se preparando para vir para os EUA pelo programa. Permitam-me dar 12 pitacos nos planos alheios, e, quem sabe, ajudar a responder algumas dúvidas comuns:

1) NÃO DESISTA LOGO NO COMEÇO. Essa é a mais importante de todas. No primeiro mês nos EUA, sofri de homesick BRABA e pensei muito em voltar. Não o faça. Só eu sei o quanto me arrependeria, e - por céus, já leram alguns dos meus posts? - o quanto eu perderia de não ficar. Tente entrar em contato, antes de partir do Brasil, com a sua local counselor. Peça a lista de au pair da sua região e já marque de sair no seu primeiro final de semana. Não dê chance para a homesick.

2) NÃO TRAGA MUITA ROUPA. É claro que vamos achar que roupa nunca é suficiente e é um tanto deseperador pensar em fazer uma mala para uma viagem de um ano e não trazer quase nada. Mas o óbvio é que você irá comprar uma quantia absurda de coisas aqui. Portanto, traga pouca roupa e junte mais dinheiro. (E se puder ainda adicionar algo a este tópico: Faça uma visita a Forever XXI na sua primeira semana.)

3) NÃO SE ASSUSTE COM O COMPORTAMENTO DAS CRIANÇAS. Não importa a idade que você escolheu cuidar ou a rotina que terá, crianças dão trabalho. Vão fazer manha, chorar, responder... Todas as idades têm suas vantagens e desvantagens. Talvez o melhor conselho que eu possa dar (e exigência número um desse programa) é NÃO GOSTA DE CRIANÇAS, NÃO TENTE SER AU PAIR. Dê tempo ao tempo, e aos poucos pega-se o jeito em cuidar dos pequenos.

4) Em adendo ao número 3, CRIE UM BOM RELACIONAMENTO COM OS PAIS DAS CRIANÇAS. Eles serão seus responsáveis, chefes e família durante a estadia nos EUA. São os host parents que fazem a experiência muito mais agradável. E quando a relação é boa, "aguentar" as crianças no começo torna-se mais tolerável.

5) NÃO EVITE BRASILEIRAS. É óbvio que ter SÓ amigas que falam a sua língua atrasa a melhora no inglês. Mas elas são essenciais. Serão amizades criadas pra levar pra vida toda. Serão suas companheiras de viagens, baladas, homesick, bads, risadas, ressacas. Um pedaço do seu país nos EUA.

6) APRENDA INGLÊS. Pode parecer bem boba a dica, mas já vi meninas irem embora com pouquíssima melhora no idioma. Tenha amigas brasileiras, fale em português, mas não deixe de estudar o inglês. Converse bastante com a família americana, crie amizades de diferentes nacionalidades, frequente lugares em que será obrigada a só conversar no idioma. E, principalmente, ESTUDE. Quando a au pair se acostuma com o lugar, cria o seu grupo de amigas, e começa a criar a rotina na nova casa, acaba deixando de lado a parte mais legal desse programa: a oportunidade de estudar nos EUA. (Digo por experiência própria.) E, por céus, não tenha VERGONHA de falar em inglês. Todas estamos aqui para aprender - ou você não colocou na sua letter a frase clichê de au pair que você queria "improve your english"?

7) SER AU PAIR NÃO É SÓ FESTA. Au pair trabalha. Conheço casos e casos de meninas que vieram pra cá pelo programa e não aguentaram o tranco porque achavam que era só festas e viagens. Sim, são MUITAS festas e viagens, mas também é muito trabalho. Não venha só pelo oba-oba para não cair do cavalo.


8) Talvez em contradição com o número 7, VIDA DE AU PAIR É FÁCIL. Trabalhar é a parte mais importante do programa, exige muita paciência, e lhe é depositada muita responsabilidade. O que não difere de nenhum outro serviço aqui ou em qualquer país. No entanto, é lhe dado casa, comida e, em muitos casos, carro (as vezes, zerinho, como o meu) - e em alguns raros casos, até gasolina e GPS. Dessa forma, o salário de au pair, que não é nenhuma maravilha, dá e sobra pra viver muito bem.

9) Seja um dos muitos casos, e ESCOLHA UMA FAMÍLIA QUE TENHA UM CARRO SÓ PARA A AU PAIR. Acredite, é essencial. Não dá pra viver em nenhum canto dos EUA sem ter um carro ao seu dispôr (a não ser, talvez, nas capitais).

10) VIAJE. Guarde um pouco de dinheiro e use-o para o máximo de viagens que puder. Passagens de avião aqui são absurdamente baratas se comparadas às do Brasil. Eu viagei bastante e mesmo assim acho que poderia ter aproveitado mais. Planeje bem suas férias e gaste conhecendo lugares diferentes.

11) FAÇA ALGO DIFERENTE A CADA FINAL DE SEMANA. Mesmo que algumas au pairs precisem trabalhar nos finais de semanas, neles estará o tempo para explorar o lugar em que vive. Coma em novos restaurantes, vá a novos clubs, visite novos museus e parques, conheça novas cidades, dirija por um novo caminho, faça novas viagens de carros, frequente novos ambientes, vá a jogos de diferentes esportes... A lista é infinita. O problema é que quando nos acostumamos com a rotina, ela vira, bem... Uma rotina! Não deixe isso acontecer nos finais de semana. Planeje-o com antecedência, mesmo que os planos acabem mudando

12) CLUSTER MEETINGS SÃO CHATOS. Essa regra tem suas exceções, mas você vai perceber que está muito ocupada saindo com suas amigas brasileiras e fazendo algo novo a cada final de semana para participar das reuniões de au pairs da sua região. Com sorte, na sua agência - como é na Au Pair In America -, fazer parte das cluster meetings não será obrigatório. Cheque essa informação antes de vir pra cá.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Um ano e cinco meses

Um ano e cinco meses de USA. E só mais um exato como au pair. Meu programa acaba dia 22 de agosto, mas, como toda participante, tenho o direito de passar 31 dias extras no país com o propósito de viajar. Eu vou usufruir dez dias desse período e eles têm o potencial de serem os melhores vividos nos EUA. São planos ainda em progresso, mas que realizarão um dos meus maiores sonhos desde que cheguei aqui.



As gavetas do meu quarto já foram esvaziadas, a pilha de coisas que ficarão cresce a cada dia, e duas malas já estão quase abarrotadas por completo. Em menos de um mês, eu vou precisar mudar de quarto pra dar lugar a nova au pair que vai ocupar o meu posto nessa família. Uma mexicana de 18 anos. Uma certeza nesse programa é essa: toda au pair é substituível. E é um tanto triste porque é impossível não se apegar as crianças e depois ter de deixá-las com uma nova pessoa.



Só eu sei o quão atribulado agosto vai ser, e isso é ótimo. Todos os planos e compromissos estão tomando conta da minha atenção e dedicação, o que me faz esquecer um pouco da volta. Do deixar os EUA. Ainda tenho duas viagens e dois shows agendados no tempo que me resta. Deixar a Virginia e tudo o que eu criei aqui pesa o mesmo tanto na balança quando penso em reencontrar tudo que posso chamar de meu: minha família, meus amigos, minhas cachorras, minha casa, meu quarto, minha cidade, meu país.



Talvez a partida não seja tão dolorosa porque uma coisa sempre foi certa na minha cabeça. Um dia, eu volto pra morar nos EUA.



PS: na foto, a bagunça do meu quarto numa dessas faxinas e arrumação de malas.

sábado, 16 de julho de 2011

Thank you, J.K. Rowling

Comecei e apaguei esse parágrafo inúmeras vezes e ainda não consigo achar as palavras certas pra explicar o quanto Harry Potter marcou minha vida. Lembro-me de ler um dos livros a luz de abajur, de madrugada, durante os dois meses que moramos na casa da minha vó, enquanto nosso apartamento era reformado. Lembro-me de passar horas deitada no chão frio da lavanderia do antigo apê, para não incomodar meu irmão no quarto em que dividíamos, ou pra não acordá-lo com meu choro. Lembro-me de estar sentada à beira da praia do Guarujá tomando sol, grudada em um dos livros, emprestado de um amigo. Da espera por um dos Natais, porque sabia que o quinto dos livros, recém-lançado, seria um dos meus presentes. Lembro de cada discussão animada com qualquer um que resolvesse me dizer que não gostava dos livros.


Harry Potter, além de ser a coleção dos meus livros preferidos, criou memórias e marcou inúmeros momentos e fases por dez anos da minha vida. Era fã aos 13. Sou fã hoje, aos 23. E depois de assistir ao último filme da série, eu só consigo, incredulamente, repetir a mim mesma: ACABOU. É como se deixasse pra trás uma parte grande do que já vivi. E não seria mais certo ter coincidido de assistir às duas partes de "Harry Potter e as Reliquias da Morte" nos EUA pra que me marcasse mais uma vez. O desfecho da série reservado para a mais especial fase da minha vida.


Eu ri e, por Deus, eu muito chorei. A surpresa ao descobrir que Sirius Black não era o traidor do segredo. O diálogo entre Dumbledore e Harry Potter sobre a profecia, na sala dos diretores. As piadas dos gêmeos Weasley. A morte do Fred... Só mesmo quem tem o DOM de escrever para criar um apego tão grande entre personagem e leitor, a ponto de fazer parecer real a perda deles.


J.K. Rowling é um gênio. E eu sou grata pelos dez anos de magia. Literalmente.

domingo, 10 de julho de 2011

Sobre Vans e Havaianas

Com os dias contados para a volta, preciso começar a comprar não só as lembrancinhas para família e amigos mas também meus desejos de consumo que seriam dificilmente adquiridos no Brasil. Para colocar em prática algumas dessas compras, aproveitei as sales do feriado Fourth of July e fui a um dos outlets da Virginia.


Uma das principais paradas: a loja da Vans. Quase tudo lá é vendido no esquema "Buy 1, get 1 50% off". E como quase tudo lá já é barato, é possível comprar duas camisetas por $15 ou dois tênis por $30. E lá fui eu escolher mais duas camisetas da marca. Só no caixa, reparo na promoção de mochilas "Buy 1, get 1 FREE". Resultado: eu e meu irmão ganhamos mochilas da Vans por $19,90 as duas. No entanto, mesmo após provar alguns deles, engoli o desejo consumista e resolvi não comprar mais nenhum dos sapatos.


Algum tempo depois, andando por uma imensa loja de sapatos no shopping, as Havaianas que calçava arrebentaram sem chance de conserto. Foi a segunda das cinco havaianas que tinha aqui comigo - três trazidas e duas enviadas (no aniversário de 2010) do Brasil - a me deixar na mão. (DICA DE AU PAIR: Havaianas são um item indispensável na mala. Não ocupam muito espaço, são confortáveis, combinam com tudo, e fazem muito sucesso nos EUA.)


Resultado: saí da enorme loja de sapatos, andei descalça de volta até a loja da Vans e me dei de presente um par de tênis da marca. Motivo maior que esse eu não acharia.


PS: Ainda estou sem câmera fotográfica, portanto a foto meia boca foi tirada com o iTouch.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O Símbolo Perdido e passeios de turista em Washington D.C.

Consegui, finalmente, riscar da minha lista alguns pontos turísticos de Washington D.C. pelos quais já havia passado, mas não de forma apropriada. Dessa vez gastei mais de cinco minutos dentro da Library of Congress, a Biblioteca do Congresso, e fiz o tour para visitantes dentro do Capitol, o capitólio.



Pouco antes de deixar o Brasil, depois de já ter feito o match com a família americana da Virginia, comecei a ler "O Símbolo Perdido" (Dan Brown), lançado em 2009. A história toda do livro se passa em Washington D.C., em prédios famosos da capital norte-americana, e cidadezinhas ao seu redor. Relendo o livro, agora em inglês, reacendi a curiosidade sobre o mundo subterrâneo e os segredos escondidos na cidade, que o autor descreve. Agora, ao caminhar pelo National Mall (o gramado que liga o Capitol ao Licoln Memorial, separados pelo Washington Monument - todos mencionados no livro), imagino as passagens e os imensos galpões subterrâneos, o basement e o subbasement do Capitol, o compartimento que distribui os livros da Biblioteca do Congresso para os diversos prédios ao seu redor.


Vários endereços e lugares descritos no livro hoje me são comuns e familiares. O Dulles International Airport fica a dez minutos de casa; já visitei o Botanical Garden e alguns dos 19 museus do Smithsonian Institution; passei pelo Memorial Maçônico - George Washington Masonic Memorial - na cidade de Alexandria (VA); a estação L'Efant Plaza é na linha de metrô laranja que me leva da minha cidade na Virginia à Washington D.C, já coloquei meus pés no rio Potomac, no Occoquan Park (VA)... E depois do novo passeio pela capital dos EUA, conheci dois dos pontos mais mencionados no livro: a Rotunda do Capitol, com a pintura "A Apoteose de Washington" no teto (foto do início), e a sala de leitura da Biblioteca do Congresso. Lugares maravilhosos, com visitas de graça e sem necessidade de agendamento prévio, que devem ser incluídos em qualquer passagem pela cidade.

terça-feira, 5 de julho de 2011

De volta ao fazer de malas...

Fiz as primeiras das minhas malas da volta. A grande e roxa que trouxe do Brasil - me deu tanto trabalho quando cheguei nos EUA - enchi com quase todas as minhas roupas de inverno. Mais da metade, coisas que adquiri aqui. A segunda e menor das malas da vinda - uma sem rodinhas, que precisa ser carregada e\ou arrastada incomodamente - eu lotei de sapatos. As botas e os tênis que já estão sem uso agora no verão.

E o fazer dessas malas serviu para provar o tanto que acumulei em um ano e quatro meses. O que na vinda fizeram caber tudo que escolhi trazer comigo para outro país, hoje não carregam nem metade do que tenho. É um ajuntamento de CD's, livros, sapatos, acessórios, papéis, bolsas, souvenir, roupas... E mais roupas (bendita Forever XXI).

Cabe a mim comprar mais uma mala enorme e rezar para que as coisas se encaixem.