quarta-feira, 31 de março de 2010

Once in a lifetime experience

I can't really explain it, I haven't got the words.

It's a feeling that you can't control.

I suppose it's like forgetting, losing who you are.

And at the same time something makes you whole.

It's like that there's a music playing in your ear.

And I'm listening, and I'm listening, and then I disappear.

And then I feel a change, like a fire deep inside.

Something bursting me wide open, impossible to hide.

And suddenly I'm flying, flying like a bird.

Like electricity, electricity.

Sparks inside me, and I'm free. I'm free.



Depois de andar mais de uma hora sozinha na 7th Ave e Times Square, comprar uma ou duas coisinhas na H&M e esperar uma amiga na chuva, conseguir ingressos pela metade do preço para assistir "Billy Elliot - The Musical" na Broadway, cinco minutos antes da peça começar, é uma forma perfeita de terminar uma viagem de final de semana em Nova York!

Correr que nem louca para chegar a tempo e mesmo assim pegar a peça dois minutos depois de ter começado não é NADA perto da experiência que está prestes a vivenciar. O elenco leva a risca o ditado "Quem sabe faz ao vivo", e a osquestra em baixo do palco com maestro e tudo é de cair o queixo - ou, talvez, encantar os ouvidos.

Não é todo dia que você vê dois meninos - entre eles o Billy, é claro - que interpretam, cantam, dançam e sapateiam melhor que gente grande. O que me fez pensar o tempo todo como deve ser a sensação de se ter 10 anos e ser a estrela principal de um espetáculo da Broadway. Coisa básica. É desafiador assisti-los e conseguir sair do teatro sem se apaixonar por eles.

Sem contar o grupo de bailarinas de primeira e o sotaque - perfeito - britânico de todo o elenco. É como se um filme acontecesse na sua frente, ao vivo. O palco é dividido em partes que se movem, abrem, sobem, descem, aparecem pelas laterais, desaparecem. Você ri, você chora...

Para quem estava nos EUA há pouco mais de um mês, ver "Billy Elliot" na Broadway foi a melhor experiência até agora nesse país. Melhor a ponto de chorar que nem criança quando a peça acabou, desacreditada por ter presenciado algo tão lindo e emocionante. É realmente fantástico.

Brenda

PS: O vídeo do Youtube é com os atores da temporada anterior. Eu assisti os atores Alex Ko, como Billy, e Jake Evan Schwencke, como Michael.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Living and learning


Eu pensei em alguns títulos para esse post. Poderia ser "New York, New York", porque é sobre meu fim de semana nessa cidade. Quase escolhi "8 Mile" porque assisti esse filme ontem, na volta da viagem (no iTouch da minha amiga), e o começo da música "Lose Yourself"do Eminem cairia muito bem. Mas quando sentei no ônibus para voltar para Washington, a primeira coisa que eu pensei foi o quanto se aprende em apenas um fim de semana em uma cidade desconhecida.

Em dois dias em Nova York, eu aprendi que se você ficar em um albergue provavelmente não vai ter uma noite completa de sono, mas terá a chance de conhecer gente do mundo inteiro. E se você estiver em boa companhia a viagem vai valer mais a pena. Eu aprendi que não importa o quão quente foi o último final de semana, o próximo pode estar muito, muito frio. Leve sempre uma blusa na sua mochila independente da previsão do tempo.

Aprendi que é muito difícil se perder em Manhattan porque as ruas e avenidas são muito bem numeradas. Você pode andar a cidade toda de metrô, mas levar dois dias para pegar o jeito em trocar as linhas, fazer as bardiações (exatamente quando estiver na hora de ir embora). E é possível passar por quase todos os pontos mais legais de Manhattan a pé, se você estiver disposto.

Aprendi que se uma de suas melhores amigas estiver de passagem pelo país em que você está morando, você precisa ir até ela, mesmo que seja para ve-la por menos de duas horas. Vocês irão sempre se lembrar que se encontraram em NY. E também lembre-se de ligar para amigas (au pairs, no meu caso) que moram próximo da Big Apple. Vocês vão passar horas incríveis, com a vantagem delas conhecerem melhor a cidade.

Aprendi que se você andar das 6h às 20h, não vai aguentar ir para a balada a noite. Que não importa se é a terceira vez que você visita a Times Square, o lugar vai sempre te deixar de boca aberta. E que a 5th Ave é maravilhosa para conhecer, mas deixe as compras nessa avenida só para quem tem muito dinheiro.

Com uma certa vergonha de admitir, eu aprendi que a Broadway não é um lugar só, como um grande teatro ou casa de show, e sim uma avenida com vários teatros espalhados. E, o mais importante, aprendi que se você estiver em NY e tiver um mínimo de amor pela arte, você tem que assistir algum espetáculo da Broadway. Não... esquece o "mínimo amor pela arte". Você TEM que ir de qualquer jeito!

E, é claro, o mais óbvio: eu aprendi que dois dias não são suficientes para conhecer toda a NY e você vai querer planejar mais um final de semana de viagem na "concrete jungle" do Jay-Z.

Brenda

PS: "Look, if you had one shot, one opportunity.
To seize everything that you ever wanted. One moment.
Would you capture it or just let it slip?"

quinta-feira, 25 de março de 2010

Um mês

Hoje faz um mês que estou vivendo a cultura americana. Em uma conversa com o pai da família com quem eu moro, ele disse: "Caso não tenha notado, você está no melhor país do mundo". É esse o pensamento de todos aqui na América - e é assim que eles se intitulam, como se nada mais existisse na América. Os americanos são egocêntricos, e estão cansados de ver estrangeiros, portanto, não são muito receptivos.

As casas de subúrbios são espalhadas entre árvores, bosques, lagos... As famílias mais bem apossadas gostam destas áreas para que as crianças possam brincar nas ruas sossegadas e fugir da bagunça das cidades grandes. Já vi tantos esquilos que perdi a conta, e uns quatro veados atropelados na beira da estrada. Dirigi um carro automático pela primeira vez, me perdi, me achei e comecei a decorar o nome das ruas. Google Maps é meu companheiro constante aqui.

Em um mês, assisti a coleção de Star Wars o suficiente para decorar falas e os desenhos da Nickelodeon Jr até saber todas as músicas. Dancei Lady Gaga em balada. Passei um tarde em Washington DC, fiz compras no Wal Mart, comi donut no Dunkin Donuts e panquecas de chocolate no iHop.

Já falei mais em inglês que eu havia falado no resto da minha vida. E lidei - ainda lido e vou lidar até o dia de ir embora - com a maior saudade que já senti. Um mês não é suficiente para se acostumar totalmente a viver numa casa nova, com cultura, costumes e língua diferentes. Aliás, absolutamente tudo é diferente: as casas, as ruas, a posição das casas nas ruas, as estradas, as regras no trânsito, o clima, as bebidas, a comida...

Mas já tive tempo suficiente para aprender inúmeras coisas e me testar em diferentes situações como nunca antes. Tudo isso em um mês. E pensar que eu tenho mais 11 pela pela frente...

quinta-feira, 18 de março de 2010

Jogging with myself


[13 de março, quando comecei a escrever esse post]

Eu sei que mal comecei e já estou em falta com o meu blog. E eu sei também que não tenho elogiado muito os USA. Mas estou, aos poucos, me desligando da minha vida brasileira e entendendo que esse é o país em que eu moro agora (pelo menos por um ano). Só agora começo a apreciar o que tenho vivenciado.

Hoje, resolvi sair caminhar/correr na vizinhança. Uma frase permaneceu na minha cabeça durante todo o caminho: "Estou em um filme"! É assim que eu sinto em todos os lugares que eu vou por aqui.

[27 de abril de 2010]

E parece coisa simples, mas meia hora correndo todos os finais de tarde, com o sol quase se pondo, é uma descarga de bem-estar suficiente para me pegar quase todos dias olhando para o relógio e pensando comigo mesma "Calma, falta pouco pra ir correr". Ainda mais depois dos dias mais cansativos. Foi criando essa distração na minha rotina que eu consegui me conciliar com os EUA quando tudo o que eu conseguia pensar era "Esse não é o meu país".

Soa como exagero, mas correr aqui na vizinhança as vezes dá raiva de tão perfeito. As árvores, um ou outro riacho com pedras, esquilos, o campo de futebol americano com as crianças treinando, os motoristas parando o carro para esperar os pedestres atravessarem a rua. Ouvindo música, dá mesmo a completa sensação de estar em um filme, com trilha sonora e tudo.

Na primeira semana que corri por aqui, era início de primavera, com as árvores carregadas de flores, e a minha playlist do celular me reservou "Quelqu'un m'a dit" da Carla Bruni no momento propício. Tudo combinou tão certo que deu até raiva de tão bonito.

No fim, o motivo principal de decidir correr - tentar manter a forma nesse país de junk food - ficou pra segundo plano.

Brenda