sábado, 22 de janeiro de 2011

Onze meses

Acordei depois de uma rara noite de 10 horas de sono e agradeci mentalmente por absolutamente tudo. Aproveito dias como esses, em que eu acordo consciente de tudo a minha volta e dos pequenos detalhes. No simples 'ser feliz' ou na sorte que se tem. De viver, de morar fora, de ser satisfeita em ser quem é.

A um mês de completar um ano nos EUA, eu me sinto em casa. Essa semana, ao estacionar em frente a garagem com a pequeno, perguntei:

-Onde estamos?
-Na nossa casa! (O "nossa" sempre me espanta. Sim, eu MORO aqui.)
-Nossa casa! Eu tenho duas: uma aqui e uma no Brasil.

Nos primeiros meses, quando ainda não tinha dado para acostumar chamar a casa de minha, eu planejava o final de semana todo para sair na sexta e voltar domingo a noite. Hoje, eu não me importo dizer não pra uma programação e ficar a toa em casa. Ainda mais com o frio de -5°C que tem feito. É não ter a pressa de viver tudo num só final de semana, porque ainda tenho tempo para gastar antes de ir embora.

Quando imaginaria um dia ter receio de voltar pra casa. Quanto mais fica, mais se enraiza e mais assustador é a volta. A rotina antiga, a vida real, ao deixado, ao mal-terminado, e a tudo que precisa ser criado do zero. Eu tenho sete meses para adiar o arrumar de malas, o planejar da vida, as despedidas. Mas, ao mesmo tempo, tenho mais sete meses pra crescer raízes. Pra me acostumar a chamar aqui de casa.

Anyway, enquanto o tempo passa...


Minhas aulas do curso de Spoken Language Interpreter - o qual se eu quisesse terminar inteiro, infelizmente, teria de ficar aqui até 2013 - essa semana. Dessa vez o tema é "Vocabulary and Terminology". Essas são as que eu realmente queria cursar. Já preciso começar a decidir como conseguirei os três créditos de estudos exigidos pela Au Pair in America para os próximos seis meses.

Algumas meninas partiram (para tão esperada e temida "volta pra casa"), outras chegaram. Não é tão simples ocupar lugares das amigas, mas essa é uma das únicas certezas em ser au pair. O "tchau" e o "bem-vinda" constantes. Felizmente, nos últimos dois casos - na despedida que está por vir - foi só um "até logo", porque elas são de São Paulo.

Já começam os planos para a próxima e última semana de férias que terei, a lista-do-que-fazer-antes-de-ir-embora já está escrita, espero ansiosamente pela primavera...

E a vida continua.

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