É claro que eu iria tentar rascunhar algo para você, mas resolvi escrever a cartinha "a caneta" na internet, pra dar o tom que ela (e você) merece na minha vida: para sempre. Então, desculpem-me todos que a lê, este post é dedicado à Ana Paula.
O medo de viajar "sozinha" para os EUA no dia 22 de fevereiro de 2010 foi logo transformado em uma viagem coletiva de 16 brasileiras. Todas trocando histórias e tentando acalmar os nervos poucos minutos antes de embarcar. Dentre elas, dei sorte de encontrar alguém que também viria para a Virginia. Dividimos quarto de hotel na orientação de au pair, viagem de trem para encontrar as host families, e, a partir daí, dividimos a estadia na terra do Tio Sam.
Viagem para a Disney, para Califórnia e Las Vegas. A noite mais fria das nossas vidas no hostel em NY. Os tombos esquiando na Pennsylvania. O tempo a toa deitadas na grama do Mall de Washington DC, olhando o céu. As (poucas) cluster meetings miadas. As baladas, as sessões de cinema, as bads, as brisas. Nós passeamos, viajamos, colorimos o cabelo, comemos e bebemos, ficamos bêbadas, dançamos, fomos a shows, nos perdemos, aprendemos a usar o metrô da VA, tomamos chuva, falamos em inglês, brigamos, fizemos compras, ouvimos muita música, choramos, rimos. E rimos. E rimos mais um pouquinho. E abalamos. Tudo em um ano.
É por esse motivo que EUA, até então, foram sinônimo de Ana Paula. Mas agora, prestes a completar os 365 dias de intercâmbio, eu escolhi ficar, você escolheu voltar. E eu nem sei como será continuar a estadia sem compartilhá-la com você.
Mas, depois daqui, aguardo para sermos amigas na vida real. Conhecer e apresentar família e amigos, de quem tanto conversamos e contamos causos. O interior de São Paulo tem casa e planos a sua espera a qualquer hora que quiser aparecer. E a capital só será visita completa se dividida com você. Afinal, no Brasil, só 50 minutos a mais dos 40 daqui separam as nossas casas.
E eu devo uma quantia de "obrigada" absurda por simplesmente estar aqui e me deixar aprender a ser um pouco como você: de bem com a vida, ver o melhor em cada pessoa e não ter vergonha de compartilhar as ideias mais viajadas que passa na cabeça.
Boa viagem e a gente se vê em agosto.
Um comentário:
Ahh, essas despedidas são sempre de cortar o coração. Eu sei como é isso, parece que a gnt se conheceu em uma vida e a despedida é um sinal pra outra vida. hehe Meio louco, mas é assim.
O bom é que se é de verdade não importam quantas vidas, a gnt sempre da um jeitinho!
Bjo Brenda
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