quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sete meses

Completo hoje sete meses nos EUA. E o menino mais velho que eu cuido completa hoje cinco anos de vida. É emocionante o quanto se presencia no crescimento de uma criança em poucos meses. Ele sabe escrever agora e me enche de orgulho. Foram horas copiosamente, tarde após tarde, praticando letras juntos na mesa da cozinha. Eu estava lá, no ponto de ônibus, esperando com ele no primeiro dia do prézinho. Ele entrou, foi e voltou sozinho que nem gente grande.

O mais novo tem três anos. Idadezinha complicada. Cheia de "conquistas", no entanto. Eu o vi aprender a nadar, a usar a privada (e, graças ao bom Pai, não precisar mais de fraldas), a escrever o próprio nome (esse por mérito exclusivamente meu), ir ao primeiro dia de aula na vida dele.

Já vi o gosto dessas crianças mudar a cada mês, em relação a brincadeira, comida, medo, filmes, amigos... E até o fim da minha estadia, vou presenciar mais umas centenas de mudanças. E apesar de soar exagero, as vezes, eu sinto amor de mãe (ou talvez de irmã mais velha) por esses meninos. São nove horas diárias de convívio como au pair - e o resto das horas como membro da família. E querendo ou não, pra se realizar um bom trabalho é necessário se passar por mãe e cuidar deles como filhos. Com o carinho e broncas e proteção e castigos e incentivos. Tudo no seu devido momento. E, sem falsa modéstia, I am a hell of a good au pair!

A maioria de meninas au pairs que conheço diz que, depois dessa experiência, começaram a pensar seriamente se querem ou não ter filhos. Eu tenho certeza que sim.

Estudos

Finalmente, comecei a estudar. Nunca pensei que os estudos seriam um dos meus maiores problemas aqui, mas, aparentemente, ter o inglês bom limita as opções. Entende-se como quase fato que au pair vem para os EUA com o objetivo de aprender inglês, e não aperfeiçoá-lo. De qualquer forma, minha intenção inicial era, sim, estudar inglês. Quando cheguei aqui, no entanto, tanto meus pais americanos quanto a minha counselor me disseram que seria perda de tempo. As aulas de "inglês como segunda língua" que praticamente toda au pair da região frequenta, infelizmente (e isso é unanimidade), não são boas.

Foi uma batalha para conciliar preço, horário, créditos (aqueles que toda au pair tem obrigação de estudar durante o ano e não é qualquer escola/curso que conta) e, a parte mais difícil, algo que me interessasse. Não há muitos cursos em comunicação na região, e as universidades que os têm são absurdamente caras. Para agravar, a counselor, que supostamente está aqui para nos dar auxílio, não foi de muita ajuda. No final das contas, decidi satisfazer um dos meus interesses particulares/profissionais e comecei hoje um curso de intérprete, Spoken Language Interpreter. As aulas, entretanto, não valerão créditos, o que significa que eu ainda preciso preenche-los de alguma forma que eu ainda estou trabalhando para resolver.

Mudaram as estações

De qualquer forma, tive um verão incrível - que infelizmente acabou ontem. Agora é começar a se preparar para o frio.

2 comentários:

Sandra disse...

Bre, fiquei arrepiada de ver você falando sobre os meninos, emocionante!

Cuidar de crianças é exige muuuuita paciência e, a medida que ensinamos, também aprendemos.

Estou feliz por suas conquistas e quero compartilhar com você a minha: fui nomeada hoje ou seja, promovida! Estou muito feliz.

Amo você.

ps Amanhã é aniversário da vó.

ThAíSzInhA disse...

EU me senti exatamente assim quando recebi sua cartinha, a primeira escrita em letra de forma, e depois uma do Raul! Tenho até suas primeiras cartinhas... 5 ou 6 anos de idade.... AAAAAAAAAAAhhhhhhhhhhhh que saudaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaade abusuuuuuuuuuuuuuuuuuurda!!!
Milhões de beijos!!!!
Sempre tô por aqui lendo tudo o que vc escreve!
Bjins
Thaís.