domingo, 15 de agosto de 2010

It's all about the music, baby

Sempre acreditei que dinheiro gasto em shows é dinheiro bem gasto. É uma das coisas mais sensacionais do mundo. Pulo, grito, canto junto, pareço louca. No dia seguinte, minhas canelas doem e eu não tenho voz, mas minha alma está lavada. E tenho a sorte de poder dizer que já vi quase todas as minhas bandas preferidas ao vivo.

Cada show que consegui ir no Brasil foi uma vitória. Os ingressos estão cada vez mais caros, e ainda precisei arranjar transporte já que não dirijo até São Paulo, uma hora e meia longe da minha cidade. Mas cada um deles significou um sonho realizado. Vi Backstreet Boys aos 12 anos no auge do meu vício por boy bands. Linkin Park aos 15.

O melhor dia da minha vida: show do U2 aos 17. Eu e meus tios fomos pra São Paulo de manhãzinha, conseguimos comprar ingressos de cambistas enquanto esperávamos na fila. Entramos no Morumbi e descobrimos que a Hot Area estava aberta. Assistimos ao show na grade do palco, vi o Bono Vox a um metro de distância. Inacreditável! Ah, e com Franz Ferdinand como banda de abertura (antes mesmo de eu virar fã deles). Coisa básica.


Aos 19, consegui ir ver The Used, - uma banda de Utah, EUA, que quase ninguém conhece pela qual fui um tanto viciada - em São Bernardo do Campo. Foi uma luta achar com quem e como ir, uma vez que todo mundo que eu conhecia não sabia sobre a banda ou simplesmente não gostava nadinha deles. Aliás, foi um choque saber que iriam tocar no Brasil, no ABC Pró HC. Lembro que saí gritando que nem doida pela casa quando li sobre o show na internet.


Em 2008, vi o Iron Maiden pela primeira vez, no estádio Palestra Itália, com a família toda. Essa é uma das bandas preferidas do meu pai, cresci escutando o som deles. No mesmo ano, consegui, finalmente, - depois de mais de quatro vindas deles pro Brasil - ver The Calling, em Campinas. Na verdade, era quase o show solo do Alex Band, mas valeu muito a pena, com direito a foto e CD autografado.


EUA

Pelas bandas de cá, consegui assistir a quatro shows até agora: Pearl Jam, Iron Maiden, Kings of Leon e Maroon 5. A diferença entre assistir a um show no Brasil e um aqui é bem gritante. Pra começar, eu consigo ir dirigindo, já que a local de shows é a 20 minutos da minha casa, e os ingressos são bem mais baratos. As pessoas chegam no lugar sempre na hora marcada e é na hora marcada que o show vai começar. Fui no mesmo lugar pra assistir aos quatro shows, Jiffy Lube, e mesmo no gargarejo, as pessoas tem cadeiras pra sentar. Não existe aperto, empurra-empurra, briga por lugar perto do palco... No quesito organização, é uma lavada!

No entanto, é um tanto entediante. Se você está nas cadeiras mais pro fundo do lugar, não pode levantar pra assistir ao show, porque um sem graça atrás de você pode te pedir pra sentar. Afinal, se tem cadeira, é pra assistir sentado. As pessoas não pulam ou gritam como no Brasil. (Simplesmente não me entra na cabeça como alguém pode ver um show SENTADO!!!!). E se estão em pé, eles dançam.

Já ouvi o Bruce Dickinson pedir "Scream for me, São Paulo" e "Scream for me, Washington D.C." e não há como negar que a resposta no Brasil foi bem mais animada. A platéia acompanha cada solo de guitarra da banda com um coro de "Ôooo". Aqui, nada.

No show do Pearl Jam - o primeiro que eu fui nos EUA - comecei a pular e cantar junto e consegui sentir olhares virando pra mim. Com certeza, pensaram que eu estava bêbada, mas não, esse é o jeito que eu sei curtir um show. Aqui, parece tudo muito formal. Não é a toa que os artistas gostam de se apresentar no Brasil. É uma loucura.

Fan service

Uma menina uma vez me ensinou a expressão "fan service": coisas que os integrantes da banda fazem durante o show só pelo entretenimento da platéia. Vi um fan service em plena forma no show do The Used, quando o vocalista, Bert, beijou o guitarrista, Quinn, na boca. São gestos, brincadeiras, piadas com a única intenção de deixar os fãs loucos.
Adam Levine, vocalista do Maroon 5, é master nessa arte. É um front man completo daqueles que conversam com as fãs das primeiras fileiras, faz piada do nada, separa a platéia em duas partes e pede pra cantarem frases separadas da música. Extremamente carismático (e sexy, diga-se de passagem). Ele é o Maroon 5. Uma única coisa que me implica nessa banda é a mesma em relação a Nickelback: são muito comuns. As músicas são feitas na receita certa pra tocar na rádio e grudar na cabeça e é isso. Não é nada que se sobressai e vai ficar pra sempre. Não quer dizer que eu não curta o som deles, só realmente acho comum.

Ao contrário de Kings of Leon nas duas formas: eles têm um som bem único mas não são nada carismáticos. A única frase que eu lembro de ouvir o Caleb Followill dizer durante todo o show foi "Are you ready to sing?" antes de começarem a tocar "Sex on Fire". Mas não tem como negar que foi um dos melhores shows que eu já vi. Tudo combina perfeitamente, até mesmo o distanciamento deles com a platéia. Parece que você está assistindo a uma sessão de jam deles, meio como um intruso. Estão ali pra tocar pelo gosto que eles têm por isso e é só. Uma palavra para definir a banda e a música que fazem: sexy. Simples assim.

Independente do lugar, os shows que eu fui foram algumas das melhores experiências que eu já vivenciei.

PS: Dream Theater abriu o show do Iron Maiden nos EUA; Owl City abriu o do Maroon 5. As fotos e os vídeos linkados nesse post são dos shows que eu fui. Minha voz está misturada na gritaria!

4 comentários:

Stela disse...

Nooossa!! que inveja desse seu post! Vc foi em um show que o DT abriu, no U2, Kings of Leon! Olha, to com inveja msm! uhahuahuhaua
Mas eu tbm acho que dinheiro gasto com show é um dos dinheiros mais bem gastos, aproveite enqto estiver ai nos EUA, pode não ser o mesmo ânimo, mas vc vai ter mtaaas historias pra contar de cada show desses! Adorei o post! Bjão Brenda

Rodrigo Kivitz disse...

Foda escrever sobre música. Colocar de forma ordenada, em um texto, as sensações que certas bandas nos causam. Por isso acho um saco resenhas ou críticas musicais. Tentar racionalizar algo feito para empolgar, para dançar, sentir com o corpo e a alma, é no mínimo idiota. E não transmite efeito nenhum. Lendo o que escreveu dá para acompanhar sua excitação em cada momento diferente. Engraçado como os shows que viu dizem muito sobre você. As bandas que gostou em determinadas épocas e as que para sempre vai gostar. Músicas que vez por outra voltam na cabeça e trazem várias lembranças. O melhor deve ser pensar depois de um show: "Pô, foi do caralho... Nunca vou esquecer." Bem massa. Bom ouvir seus gritos nos vídeos. "Sex on Fire" ficou ainda melhor com eles. E baita sorriso na foto. Linda.

Brenda disse...

Espero que tenha atendido ao que você pediu, Rodrigo! Haha! É realmente difícil escrever sobre música. Não tem como botar em palavras.
Os gritos são da minha amiga. Ela que gravou os vídeos do Maroon 5 e Kings of Leon. E as fotos dos dois shows são da câmera dela tb. Mas dá pra me ouvir cantando no fundo! Haha!
Obrigada pelo incentivo, por me pedir pra escrever sobre isso!


Steee! Obrigada pelo comentário! Beijão!

Sandra disse...

Fiquei emocionada, especialmente quando você fala sobre o show do U2. Também foi um dos melhores dias da minha vida estar na "festinha particular" do Bono.