Longe da família e amigos, nos apegamos às brasileiras que encontramos por aqui. Estamos todas na mesma situação. Conhecer pessoas que deixaram o mesmo lugar para vir pelos mesmos objetivos - com a vantagem de falarem a mesma língua - dá uma força extra para aguentar o ano. Em poucos meses, cria-se uma amizade e companheirismo inexplicável. As amigas au pairs são o mais próximo de família que se tem aqui. São pedaços do Brasil nos EUA. E quando se mora no trabalho, a vontade de sair de casa e ver gente diferente é inquietante.
O difícil é entender que essas amizades são relâmpagos. O meu ano não é o mesmo delas. Uns acabam antes, uns demoram um pouco mais. Despedidas serão constantes. É cruel. Ontem, passei pela primeira experiência de me despedir de uma amiga au pair. Fomos todas até o aeroporto para acompanhá-la nos últimos minutos como intercambista. Perdi um pedaço do meu país na terra do tio Sam e pensei nos poucos meses que eu tenho para aproveitar a companhia das meninas que eu conheço aqui. É uma fila de despedidas já agendadas.
Como se já não bastasse, me peguei pela primeira vez pensando em como vai ser ir embora. O tempo tem passado rápido demais. Quando menos perceber, eu vou ter de me despedir da vida que eu criei aqui. Sim, uma vida. E não é a mesma coisa da despedida no Brasil, para vir pra cá. O que deixarei aqui, deixarei pra sempre. A minha família americana vai contratar uma nova au pair, os meninos vão crescer, cada uma das amizades criadas vai estar espalhada por algum lugar do Brasil... É cedo para me preocupar com isso, mas a cada partida de alguém, esses pensamentos vão tomar força e parecerão cada vez mais reais, palpáveis. Próximos.
De todas as coisas que se ganha em ser au pair, uma é garantida: o emocional fortificado.
Brenda
PS: Fabi, obrigada por me receber aqui. A minha veterana vai fazer falta!
2 comentários:
Eu estou adorando os seus textos de como é aí para vc. As amizades que vc construiu são legais, pq foram conseguidas através da identificação entre vcs.
Porém, tem algo que eu reaprei e posso até estar errada, Bidola. Sei que deve ser difícil a saudade que vc sente de sua família e amigos próximos aqui do Brasil, mas a oportunidade que vc tem aí é única e creio que em outras etapas de sua vida não será possível ter essa experiência que vc tem agora. Eu sinto, através de seus textos, que vc não está aproveitando intensamente o local em que vc está. De forma a curtir tudo e não ser melancólica devido os lados negativos de tudo.
Sei que vc foi pra Disney e isso é super empolgante. Que vc caminha todos os dias, etc. Mas, em minha humilde opinião, vc deveria aproveitar mais - não que não esteja, mas que você coloque também os seus sentimentos nestas experiências, não apenas a sua presença física. Já se passaram quase quatro meses que vc está aí, agora faltam oito - não é? Ainda dá tempo de viver tudo por aí com mais alegria, Bidolinha. Tenho certeza que sua família e amigos sentem sua falta também, mas eles com certeza querem que vc aproveite e volte mais madura que nunca. E claro, feliz!
Sei que não tenho muita moral para dizer essas coisas, pq nunca vivenciei essa sua experiência. Porém, talvez seja por isso: eu adoraria ter uma oportunidade assim. Só que hj tenho uma vida aqui que não já dá pra largar e ficar um tempo fora. Infelizmente.
Mtaz felicidades aí e aproveite! Que seja um ano de muitas experiências e uma intensa etapa de sua vida.
Beijos!
Comentário respondido com o post novo! Obrigada mesmo, Vivis!
Postar um comentário