quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Farewell Party

Nessa foto, as minhas amigas estavam chegando em casa, todas juntas, para a minha festa de despedida. A famosa e temida Farewell Party que toda au pair tem antes de ir embora. Pra qualquer menina, esse tempo todo morando pelas bandas do tio Sam significa novas amizades. Mais do que isso, significa amigas que serão levadas pro resto da vida. E depois de me despedir de várias delas que voltaram para o Brasil antes de mim - a ponto de ser a veterana entre todas que ficaram, foram chegando e entrando para o círculo de amizades -, chegou a minha vez de ser o alvo dos "a gente se vê no Brasil".

As cinco brasileiras e a húngara se organizaram para chegar reunidas em casa para a janta que os pais americanos estavam preparando (taco pie, o meu prato preferido), com balões, cartões, fotos e cartaz com mensagens de despedida. Só essa imagem aí da foto já me fez encher os olhos de lágrimas. Abrir a porta para essas meninas que significam tanto para mim reforça a certeza de que tudo valeu a pena.

Minha mãe e meu irmão já estavam na Virginia há dois dias e eu já não era mais au pair há quase uma semana. A reuniãozinha foi uma comemoração dos 18 meses bem sucedidos. A cozinha daquela casa nunca ouviu tanto português. Antes das minhas amigas deixarem a casa - e após aproveitarmos da hot tub no quintal pela última vez, - os pais americanos puxaram o coro de "speech, speech, speech". Então, a minha host mom me fez chorar com um discurso de agradecimento pelo um ano e meio que passamos juntos e pelo cuidado que tive com os dois pequenos. E me concedeu o posto de melhor au pair que a família já teve (eu fui a quinta, se contarmos as que nem conseguiram completar um ano). Eu retribuí o discurso e o agradecimento. Minha família americana tinha seus defeitos, como todas as outras que eu conhecia, mas não consigo imaginar lugar e companhia melhor para ter passado esses meses todos.

Melhor disso tudo foi poder reunir num lugar só todas aquelas pessoas (remanescentes) que fizeram parte da minha vida americana e apresentá-los para parte da minha família. Minha mãe, depois da festa, me disse que eu "estava em boas mãos, em relação a família e a amigas". Eu que o diga.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Civic Tour: My Chemical Romance e Blink-182

A volta do intercâmbio pode ser tão complicada quanto a ida. Não nas mesmas proporções. Igual quantia de neuroses, motivos diferentes. Enquanto tento resolver a revolução que se passa na minha cabeça, pensei em escrever os posts pendentes sobre os acontecimentos nos meus últimos dias de Estados Unidos. (E não deixar meu blog tão abandonado só porque estou de volta. Afinal, criei sentimentos por ele depois de todos esses meses.)

O primeiro assunto: meu último - melhor e mais importante - show. A Honda Civic Tour completou dez anos de estrada. Blink-182, depois de muito tempo inativo, foi escolhido para comemorar o marco da primeira década de turnê. E para abrir o show do trio, chamaram -nada mais, nada menos que - MY CHEMICAL ROMANCE. (Obrigada, deus da música ao vivo, por ouvir minhas preces.)



Mais uma vez, eu estava sozinha e consegui ingresso para a fileira A/cadeira 1, separada do palco apenas pelo pequeno espaço em que as pessoas ficam em pé. Para abrir o show de abertura (?), a banda Manchester Osquestra tocou por meia hora. Não prestei muita atenção em tudo, mas ficou marcado uma das falas do vocalista: "We are a good band. You just don't know about it yet". We'll see, my man, we'll see. O show do MCR foi sensacional (afirmação redundante, devo dizer), mas curto. Muito curto. Metade das músicas do setlist do show de maio. No entanto, tive sorte da banda ignorar os dois singles principais do Danger Days (Na Na Na e SING) e tocar minhas duas músicas preferidas do novo (não tão mais novo assim. Quando sai o próximo, MCR?) álbum: Planetary (GO!) e DESTROYA. E mais umas duas músicas que não estavam no outro setlist. A Civic Tour preparou umas distrações para o público: logo no comecinho, alguns balões gigantes foram jogados na platéia, e passados de mão em mão até chegarem no palco, onde Gerard os estourava (e confetes caíam de dentro de cada um deles) enquanto cantava.


Meia hora depois de MCR deixar o palco, Blink-182 entrou para tocar mais de 20 músicas por duas horas. O show é divertido. Não bastasse as músicas teenager-feelings-forever, Mark Hoppus e Tom DeLonge se tiram e interagem com a platéia o tempo inteirinho. Um exemplo: num dos intervalos entre uma música em outra, DeLonge diz...

Tom: Our next song...
Mark: Wait! We need to work on our band communication. We can't start playing right now. Travis is getting a band-aid cause his thumb looks like a ham sandwich. No wait, his thumb looks like your mom after a Friday night.

Ou então, logo após encerrar uma música...
Tom: Why are you staring at me, you perverts!??? I'm giving my everything! Isn't it enough?

Ou ainda as famosas musiquinhas de DeLonge "It would be nice to have a blow job" e "I wanna fuck a dog" (a qual a platéia começa a cantar junto e ele diz "It's like a dream come true you guys singing this back to me").


Não só essa música foi acompanhada pelo público. Blink-182 é uma banda imortal. Todos presentes respeitaram e curtiram o show do My Chemical, mas a maioria esmagadora estava lá pelo Blink. Sabiam todas as letras de cor, jogavam bonecas infláveis e peças íntimas no palco, usavam máscaras do Boomer (personagem de DeLonge no clipe "First Date"), tinham cabelos tingidos de verde ou roxo. Essa comoção faz qualquer show ser ainda mais emocionante. E para ser um pacote completo, Travis Barker fez seu solo de bateria, no bis, numa armação a parte do palco, passando acima do público e virando de ponta cabeça. Ao terminar o show, Hoppus sentou na beira do palco e entregou todas as suas palhetas na mão de fãs. E eu saí me despedindo da casa de shows que me proporcionou tantas memórias nesses meses.